terça-feira, 8 de janeiro de 2013

MULHERES EM DESTAQUE - Regina Pessoa


Trailer de Kali, o Pequeno Vampiro

A colega Fátima Mendes da IGAC chamou-nos a atenção para esta ágradável notícia: Kali, o Pequeno Vampiro", uma  curta-metragem de Regina Pessoa,   valeu à realizadora a nomeação para os mais importantes prémios norte-americanos do cinema de animação - os Annie Awards. Num trabalho de Sérgio C. Andrade pode ler-se:
A cerimónia de entrega dos Annie Awards, os prémios americanos para o cinema de animação, que se realiza a 2 de Fevereiro em Los Angeles, vai ter este ano, inesperadamente, um nomeado português: Regina Pessoa, com a sua curta-metragem "Kali, o Vampiro" (2012).
Estreado no último Indie Lisboa e já com um palmarés de dezena e meia de prémios e citações por todo o mundo – o Libération descreveu-o como “uma obra visual e plástica que vai além da narração ou ilustração de uma história” –, o novo filme de Regina Pessoa (n. Cantanhede, 1969) surge, assim, como uma lança do cinema de autor em pleno território da indústria americana. A realizadora não tem grandes ilusões quanto às suas possibilidades de competir com produções da Walt Disney ou da Sony Pictures, mas nota que a nomeação é já uma grande vitória.
Com Kali, o Pequeno Vampiro, Regina Pessoa encerra uma trilogia sobre o tema da infância. Entretanto, tem compensado a dificuldade de viver da animação no nosso país trabalhando também para a publicidade. Depois de um vinho do Porto, acaba de fazer o rótulo para uma cerveja italiana, a que o produtor decidiu mesmo atribuir o seu nome, “Regina d’Inverno”.
E nesse mesmo trabalho um excerto da  entrevista a  Regina Pessoa: «(...)Como é que conseguiu Christopher Plummer e os Young Gods?Os Young Gods... Eu estava a trabalhar no story board e a ouvir música, como sempre faço quando desenho. E quando passava um tema dos Young Gods, achava que a música deles ia mesmo bem com a história do filme, porque ele tem momentos mais de reflexão, mais intimistas, e outros de acção, como quando o comboio passa... Os Young Gods também têm esse tipo de temas, uns mais esotéricos e espaciais, outros de rock industrial. Essa música ficava mesmo bem com as imagens. Mas eu não tinha qualquer ilusão. Depois, no festival de Zagreb, encontrei uma amiga suíça e falei-lhe do meu projecto, e de como gostaria de poder trabalhar com os Young Gods. Ela disse que isso seria fantástico, e que me ia arranjar os contactos deles. E assim foi: falei com eles, e eles foram muito receptivos; pediram-me para eu enviar o material, e aceitaram. Como eles são, apesar de tudo, uma banda bastante conhecida, o orçamento do filme não dava para lhes pagar o cachet. Perguntámos a uns amigos suíços, que também são produtores e realizadores – entre eles o Georges Schwizgebel –, se não seria possível conseguir uma pequena coprodução para pagar a música. Ele disse que era uma boa ideia, e entrou nessa loucura. E arranjou-se, de facto, dinheiro na Suíça para ter a música dos Young Gods.A música que eles compuseram correspondeu àquilo que sonhava?
Completamente. E foi muito bom conhecê-los, principalmente o líder, o Franz Treichler. Depois que acabou o filme, ficámos amigos.
E a voz de Christopher Plummer?...
Eu queria uma voz de alguém de idade, que desse a sensação de sabedoria, para dar a ideia de que o personagem não morreu, que continua a viver algures, que encontrou o seu lugar. Os produtores canadianos trabalham com actores muito bons, do país. Falei com a minha coprodutora, e ela achou boa ideia que tivéssemos uma voz canadiana. Havia três ou quatro opções – a primeira não resultou…
(...)»
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Regina Pessoa

E da biografia da realizadora: «Vivi no campo, numa aldeia perto de Coimbra até aos 17 anos. O meu universo era rural. Não tínhamos televisão, o que na altura era uma grande maçada, mas hoje, reflectindo bem, acho que me salvou. Nos tempos livres pensávamos, líamos e ouvíamos os mais velhos contarem histórias.
 E desenhávamos também. Um tio meu encorajava-nos, desenhando nas paredes de cal e nas portas da casa da minha avó, com carvão da fogueira. O facto de desenharmos assim, pelas paredes, ainda por cima incentivados por um adulto, dava-nos uma sensação de liberdade, porque se, por um lado não tínhamos papel nem lápis, arranjávamos sempre umas paredes ou portas. Talvez isso tenha ficado no meu inconsciente porque agora, bastante mais tarde, é já o segundo filme que faço em gravura». Continue.
E do Em Cada Rosto IgualdadePARABÉNS!  


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