terça-feira, 9 de abril de 2013

CINCO MULHERES DA CULTURA DISTINGUIDAS NO ÂMBITO DO IV PLANO NACIONAL PARA A IGUALDADE





Na concretização do acima registado, ontem, em cerimónia que decorreu no Antigo Refeitório do Mosteiro dos Jerónimos e em que estiveram presentes o Secretário de Estado da Cultura, Dr. Jorge Barreto Xavier, e a Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Dr.ª Teresa Morais, foram distinguidas cinco mulheres portuguesas da cultura, escolhidas de entre as muitas que poderiam lá estar, como referiu a Secretária de Estado.  As contempladas: Germana Tânger (teatro), Anna Mascolo (dança), Joana Carneiro (música), Joana Vasconcelos (artes plásticas) e Inês Lobo (arquitetura). Com este gesto quis chamar-se a atenção para a desigualdade que ainda existe quanto ao reconhecimento do papel da mulher na cultura e artes, nomeadamente enquanto criadoras, aliás,  á semelhança do que se passa com outras  áreas da atividade humana,  e para a importância da paridade entre homens e mulheres nos diferentes cargos e funções. «As mulheres não têm ainda no País e no Mundo, a visibilidade que a sua qualidade intrínseca justifica; às mulheres não é ainda suficientemente reconhecido o papel fundamental que têm, como parceiras e iguais, no desenvolvimento social, económico e cultural das nações e do Mundo; as mulheres são frequentes vezes esquecidas em prémios e distinções que, não sendo exclusivamente criados para homens, na prática, não distinguem as mulheres de forma equilibrada e justa», afirmou a Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais.

«Ainda se torna necessário lutar para defender a igualdade de género, o que significa que continuamos a precisar de realçar o papel da mulher na sociedade portuguesa», disse, por seu lado, o Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. «E sabemos ainda que estas mulheres extraordinárias que aqui estão não precisam de ser premiadas especificamente pelo seu género. Elas valem enquanto grandes portuguesas que são, e pelo que fizeram, pelo qual estamos gratos», acrescentou, dirigindo-se às distinguidas». + 
O reconhecimento das galardoadas baseia-se na relevância e coerência da obra, na inovação e no carácter pioneiro da actividade artística, e no impacto social e cultural da obra produzida como está escrito, por exemplo, nesta notícia, e  como pode ser visto no regulamento do prémio que começa assim:


Das homenageadas, duas delas já foram «nossas» mulheres na cultura: Anna Mascolo  e Joana Vasconcelos. Sobre Germana Tânger, façamos eco do que por lá fomos ouvindo de colegas de profissão: a sua intervenção quando começou a haver teatro na RTP,  o seu papel na divulgação da poesia, e a forma perfeita como «dizia» e como levava os outros e outras a «dizer», nomeadamente enquanto professora.Lembrámo-nos de uma sua passagem pelo programa Câmara Clara.


Sobre Inês Lobo, em vez de trazermos para aqui muito do que podia ser referido concentremo-nos num dos seus trabalhos, o de Comissária da Representação Portuguesa na Bienal de Arquitetura de Veneza 2012  EXPOSIÇÃO "LISBON GROUND":



Quanto a Joana Carneiro, veja-a no programa De Caras da RTP 1, mas o melhor mesmo é olhá-la em função: 


Pequenas partes de vidas cheias, mas que nos deixam vislumbrar  o todo já feito, e  adivinhar o muito que ainda está por acontecer.
 E uma boa ocasião para lembrarmos «Equal treatment and access for men and women in the performing arts» na esfera da União Europeia, onde está registado:

«Encourages the Member States:

  a)to consider together with their cultural institutions how best to understand the mechanisms which produce inequalities so as to avoid as far as possible any discrimination on the basis of sex;
  b)to remove all obstacles to women accessing top positions in the most prestigious cultural institutions and organisations;
  c)to introduce to the sector new ways of organising work, delegation of responsibilities and time management which take into account the personal-life constraints of women and men;
  d)to recognise that in this sector, where untypical hours, high mobility and job insecurity are the norm and are more destabilising for women, collective solutions should be found for providing childcare (e.g. opening of crèches in cultural undertakings with hours adapted to rehearsal and performance times);

14.  Reminds the cultural institutions of the vital need to translate into fact the democratic notion that equal work by men and women must be matched by identical pay, which, in the arts as in many other sectors, is still not the case;
15.  Encourages the Member States to produce comparative analyses of the current situation in the performing arts in the various countries of the Union, to draw up statistics in order to facilitate the design and implementation of common policies and to ensure that the progress achieved can be compared and measured;
16.  Calls on the Member States to improve the social situation of persons active in the arts and culture sector, taking account of the various employment relations involved, and to ensure better social protection; (...)».
E para terminar, dar testemunho da satisfação viva com que os presentes aplaudiam as homenageadas, e  através delas, voltando ao princípio, certamente as muitas outras que lá poderiam estar ...  a quem é preciso dar visibilidade de uma forma permanente, continuada e sistemática. Essa uma das finalidades do Em Cada Rosto Igualdade. E pegando em palavras do post anterior, pequenos contributos para que não haja arte sem história. Falta dizer que esta mensagem contou com a colaboração de Susana Neves (Dgartes). 


Sem comentários:

Enviar um comentário