sexta-feira, 10 de maio de 2013

10 MAIO 1933




A meio da manhã de hoje a colega  Costanza Ronchetti lembrou-nos que era 10 de maio e que em 1933 neste mesmo dia : «Em um ato simbólico, quase que profético, no dia 10 de maio os estudantes atearam fogo a mais de 25.000 livros considerados "não-alemães", já pressagiando a era de censura política e de controle cultural que estava por vir. Na noite daquele mesmo dia estudantes de direita, vindos de todas as cidades universitárias, marcharam à luz de tochas em desfiles organizados para protestar "contra o espírito não-alemão". O ritual que desenvolveram, já predeterminado, tinha como componente básico a presença e o discurso de oficiais nazistas do alto escalão, reitores, professores universitários, e líderes estudantis. Nos locais de reunião, os estudantes lançavam pilhas e pilhas de livros indesejáveis nas fogueiras, em uma alegre cerimônia com bandas de música, canções, "juramentos" e frases de efeito».

 
Saiba mais no museu sobre o Holocausto dos Estados Unidos. Recordar para que não volte a acontecer.


The Power of Truth: 20 Years
United States Holocaust Memorial Museum








E deste post, de 10 de maio de 2012: «(...) Autores banidos - Entre os livros queimados pelos nazis contavam-se obras quer de autores falecidos como também contemporâneos, perseguidos pelo regime, muitos deles tendo emigrado. Na lista encontramos entre outros: Thomas Mann, Heinrich Mann, Walter Benjamin, Bertold Brecht, Lion Feuchtwanger, Leonhard Frank, Erich Kästner (que anónimo assistia na multidão), Alfred Kerr, Robert Musil, Carl von Ossietzky, Erich Maria Remarque, Joseph Roth, Nelly Sachs, Ernst Toller, Kurt Tucholsky, Franz Werfel, Sigmund Freud, Albert Einstein, Karl Marx, Heinrich Heine, Ricarda Huch.
Queimem os meus livros! -  Oskar Maria Graf não foi incluído na lista. Para seu espanto, os seus livros não foram banidos como até foram recomendados pelos nazis. Em resposta, ele publicou um artigo intitulado "Verbrennt mich! (queimem-me) no jornal "Wiener Arbeiterzeitung" (jornal do trabalhador vienense) (Texto em alemão aqui). Em 1934 o seu desejo foi tornado realidade e os seus livros foram também banidos pelos nazis. (...). +.
E neste contexto, lembrar também o filme que ontem, dia 9 - dia da Europa - passou na Cinemateca: ALEMANHA, ANO ZERO. De Rossellini.


Entretanto, o colega Paulo Carretas chamou-nos a atenção para o que agora existe na praça onde os livros foram queimados: «Hoje em dia, um monumento a esse evento pode ser visto no centro da praça, consistindo de um painel de vidro abrindo-se para uma sala branca subterrânea contendo prateleiras vazias com espaço para 20000 livros e uma placa, contendo uma epígrafe de uma obra de Heinrich Heine de 1820: "Das war ein Vorspiel nur, dort wo man Bücher verbrennt, verbrennt man am Ende auch Menschen" ("Aquilo foi somente um prelúdio; onde se queimam livros, queimam-se no final também pessoas")». Imagens encontradas pelo Paulo:



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