sexta-feira, 12 de setembro de 2014

ABANDONO E HORROR





«Milhares de crianças, mulheres e homens foram violentamente torturados e mortos no hospício de Colônia, em Barbacena, fundado em 1903. A maioria foi internada sem diagnóstico de doença mental: eram meninas violadas que engravidaram dos patrões, homossexuais, epilépticos,mulheres que os maridos não queriam mais, alcoólicos, prostitutas. Ou simplesmente seres humanos em profunda tristeza. Sem documentos, sem roupa e sem destino,tornaram-se filhos de ninguém.
Em Holocausto Brasileiro, a premiada jornalista de investigação Daniela Arbex resgata do esquecimento esta chocante e macabra história do século XX brasileiro: um genocídio feito pelas mãos do Estado, com a conivência de médicos, funcio­nários e população, que roubou a dignidade e a vida a 60.000 pessoas.
Bebiam água do esgoto. Comiam ratos. Morriam ao frio e à fome. Eram exter­minados com electrochoques tão fortes, que toda a cidade ficava sem luz, por sobre­carga da rede. Os bebés eram roubados às mães logo à nascença. Nos períodos de maior lotação, morriam 16 pessoas por dia dentro dos muros do Colônia. Ao mor­rer,davam lucro. Os cadáveres eram vendidos às faculdades de medicina. Quando o número de corpos excedia a procura, eram decompostos em ácido, no pátio, diante dos pacientes. Os ossos eram comercializados. Nada ali se perdia. Excepto a vida.

É a essas 60.000 pessoas que Daniela Arbex devolve agora o rosto e a identi­dade, num relato que recupera o testemunho dos poucos sobreviventes e dá voz aos milhares que já não podem contar a sua própria história. O hospício de Colônia só foi transformado em verdadeiro Centro Hospitalar Psiquiátrico em 1980». +  E também sobre este horror:



E saibamos sobre Daniela Arbex: «Repórter do jornal Tribuna de Minas (MG), venceu o Prêmio Esso de Jornalismo em 2000, 2002 e 2012, o prêmio Eloísio Furtado por cinco vezes, além de menções honrosas no Vladimir Herzog e no Lorenzo Natali». Continue a ler.


Daniela Arbex

E as palavras da autora quando esteve em Portugal, por exemplo, aqui.

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