quarta-feira, 8 de julho de 2015

FESTIVAL DE TEATRO DE ALMADA PRESTA HOMENAGEM A MARIA BARROSO

Leia na integra aqui.

Excerto:  «(...)O jovem jornalista apresentou na bilheteira as suas credenciais, recebeu um bilhete, entrou no átrio da grande sala, onde uma considerável parte do público já estava sentada, reconheceu, nos que ainda permaneciam, conversando com agitação, cá fora, escritores, artistas, intelectuais, políticos da oposição. O espectáculo começou. Uma frágil mulher ao telefone tentava, com amargura e impaciência, religar os fios partidos de uma vida. A sua voz era a voz da perplexidade e da angústia da perda, a voz humana. O jovem jornalista ficou fascinado por essa voz que penetrava a consciência, plena de verdade, matizada de cambiantes de cor, veemente e contida, doce e amarga, alegre e triste. O teatro, como então o imaginava, como um acto real de transmissão que proporcionava uma realidade superior, onde as contradições se anulavam, impusera-se aos que presenciavam o ritual e criara essa atmosfera de suspensão do tempo que só os grandes actores tornam possível. De súbito, subitamente de súbito, o sórdido ataque explodiu. Os polícias, vindos da casa do lado, tinham espalhado pela sala frascos de um cheiro de vómitos que anunciava a presença da peçonha que representavam. O público teve de abandonar a sala. Tumulto. Gritos de protestos. Impropérios. Frases indignadas. (...)». Continue a ler.


Maria Barroso e Augusto de Figueiredo em "Benilde ou a Virgem Mãe" de José Régio
 (in site da C.M. de Vila do Conde)


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