terça-feira, 24 de novembro de 2015

CARLA MARTINS | «Mulheres Liderança Política e Média»




Resumo

Em Julho de 1979, Maria de Lourdes Pintasilgo foi indigitada pelo Presidente da República para liderar o V Governo Constitucional, conhecido como “o Governo dos 100 dias”. Lourdes Pintasilgo tornou‑se a primeira primeira‑ministra em Portugal (e até agora única) e a segunda na Europa, após a eleição de Margaret Thatcher no Reino Unido, apenas dois meses antes. Duas décadas mais tarde, no início do século XXI, Manuela Ferreira Leite é convidada pelo primeiro‑ministro, José Manuel Durão Barroso, para abraçar a pasta das Finanças (2002). Pela primeira vez na história política nacional, uma mulher alcançou essa posição, o mesmo sucedendo, em 2008, quando Ferreira Leite foi eleita presidente do PSD e, no ano seguinte, disputou, por este partido, as eleições legislativas contra o candidato incumbente, José Sócrates. Estes dois casos são recortados da história política do pós‑25 de Abril, quando se consagrou normativamente a igualdade entre homens e mulheres e a não‑discriminação em função do sexo. A presente obra contribui para o universo de estudos centrados na análise da mediação jornalística da política a partir de uma perspetiva de género. Quebrando a secular invisibilidade feminina no espaço público, Lourdes Pintasilgo e Ferreira Leite, ao desempenharem cargos políticos de topo, adquiriram elevada notoriedade pública. As representações jornalísticas que suscitaram carregam marcas de género? O poder exercido no feminino trouxe a debate a evidência de que a política é um campo masculino? Estas circunstâncias terão contribuído para a valorização simbólica da participação política feminina? 
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«A obra, que resulta da tese de doutoramento da autora, propõe um novo olhar sobre a política e o jornalismo da perspetiva do “género”. Este é um campo de investigação pouco explorado, dado o escasso número de mulheres que até à data chegaram ao topo da liderança política em Portugal. Mas trata-se de uma pesquisa fundamental: o mundo político é inseparável do espaço de mediação jornalística, para onde confluem os poderes e onde se constrói (e destrói) a visibilidade pública.
De uma outra perspetiva, questiona-se se o género dos atores políticos influencia a narrativa jornalística, de certo modo ativando certos estereótipos sexuais. A política tem género sob o olhar dos e das jornalistas? Por exemplo, as mulheres políticas são mais escrutinadas por atributos como a aparência física ou a idade ou mais associadas à esfera privada e familiar? (...)». Saiba mais.


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